Os 5 discos mais legais de 2015
Eis os cinco discos favoritos do 120 BPM em 2015. 🙂
5. Shamir – Ratched
Shamir Bailey tem apenas 20 anos e começou numa banda punk fazendo covers da cantora country Miranda Lambert, em Las Vegas. Seu disco de estreia, produzido pelo ex-crítico da Pitchfork, Nicky Sylvester, exibe uma autoconsciência que só pode ser fruto desta época em que a história da música pode ser encontrada em um serviço de streaming. Shamir soa como o agora.
4. Floating Points – Elaenia
Formado em música clássica, Dr. Sam Shepherd (Points é neurocirurgião nas horas vagas) criou uma sinfonia cósmica condensando referências que passavam pelo krautrock, jazz e house. O resultado é deslumbrante.
3. The Chemical Brothers – Born in the Echoes
A dupla The Chemical Brothers passou cinco anos trancafiada no sul da Inglaterra, em meio a sintetizadores analógicos e alguns colaboradores, para produzir “Born in the Echoes”, seu oitavo disco de estúdio. É a mistura de conhecimento e paixão pelas raízes da música eletrônica que torna o álbum interessante. “Go” (a melhor faixa) aposta numa linha de baixo que lembra os grooves robóticos da banda Zapp, e na canção a dupla revisita o próprio passado: “Hey Boy, Hey Girl” é ecoada nas rimas do rapper Q-Tip.
2. Hot Chip – Why Make Sense?
Em seu sexto álbum, o Hot Chip mistura Prince, Talking Heads e sintetizadores. No disco, a banda está consciente de que surgiu na era das referências e faz graça disso. A robótica “Huarache Lights” ironiza o Kraftwerk com versos como “Máquinas são incríveis, mas melhores quando ganham vida”. “Cry for You” tem arranjos que se encaixariam perfeitamente em um jogo do Super Mario. Se o disco anterior era pura glicose, aqui o quinteto achou seu equilíbrio. “I Need You Now” é a melhor combinação de festa e melancolia, fórmula que o grupo tanto persegue.
1. Roisin Murphy – Hairless Toys
Róisín Murphy precisou de oito anos para repensar a imagem de disco-diva que embalava “Overpowered”, o álbum de 2007. O foco em “Hairless Toys” (2015) é a house music e os temas que a cantora aborda remontam à época em que o gênero explodiu. O recorte agora é na ball scene abordada no (já) clássico documentário “Paris is Burning” de 1990. Fazer dance music de forma menos instintiva e mais cerebral pode ser um tiro no pé, mas “Hairless Toys” mostra que a cantora se destaca justamente nesta categoria: a de antidiva.