120 bpm https://120bpm.blogfolha.uol.com.br música eletrônica Wed, 06 Feb 2019 18:11:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Eletrônica no Rock in Rio: cinco DJ sets imperdíveis https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/09/15/eletronica-no-rock-in-rio-cinco-dj-sets-imperdiveis/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/09/15/eletronica-no-rock-in-rio-cinco-dj-sets-imperdiveis/#respond Fri, 15 Sep 2017 13:38:36 +0000 https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/files/2017/09/maxresdefault-180x110.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=2252
The Black Madonna. (Foto Divulgação).

Lendas do hip-hop, disco com rock, techno com violinos, DJ’s topzera… a escalação do palco Eletronica do Rock in Rio 2017 que começa nesta sexta (15) é eclética. Selecionamos 5 atrações imperdíveis.

The Black Madonna: Os 10 minutos épicos de “He Is the Voice I Hear” entregam o que esperar de Marea Stamper. O set da americana mixa disco, house e techno com cordas em escala épica.15/09 – 02:30 

Selvagem: Porque ouvir os grooves tropicais garimpados por Millos Kaiser e Augusto Trepanado em escala de megafestival deve ser animalesco. 15/09 – 00:30 

 

Grandmaster Flash: Quem viu a série “The Get Down” no Netflix sacou porque MasterFlash ganhou os títulos de “Pai do Scratch” e “Primeiro Virtuoso do Hip-Hop”. Imperdível.  01:45 

L_cio: O live de Laércio Schwantes une instrumentos orgânicos a sintetizadores. Suas intervenções de flauta transversal no meio do batidão pesado já virou sua marca registrada. 22/09 – 00:40

Vintage Culture: Escalado para encerrar a festa no palco eletrônico no dia 24, o DJ e produtor mato-grossense está no auge: seu remix de “Drinkee” no último Lollapalloza elevou o cosmo da platéia que lotou o espaço que o festival dedicou ao estilo. 24/09 – 02:30

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O homem que caiu em Berlim https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2016/01/15/o-homem-que-caiu-em-berlim/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2016/01/15/o-homem-que-caiu-em-berlim/#comments Fri, 15 Jan 2016 10:50:05 +0000 https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/files/2016/01/David_bowie_heroes-180x113.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=1389 David Bowie at the Berlin Wall, 1987

No final dos anos 1970, David Bowie (1947-2016) fugia de demônios e do vício em cocaína. Encontrou em Berlim um retiro espiritual e, principalmente, um renascimento sonoro. De 1976 a 1979, o artista criou três obras essenciais na sua discografia: “Low”, “Heroes” e “Lodger”. A chamada “trilogia de Berlim” foi um experimento intergênero que unia a disciplina da música eletrônica ao caos sonoro do rock’n’roll.

O momento era propício. A cena cultural da Alemanha pós-Segunda Guerra também buscava uma nova identidade, e foi um quarteto alemão que chamou a atenção do camaleão do rock para este novo som europeu. Em 1974, o Kraftwerk lançou “Autobahn”, disco que rejeitava a linguagem musical espontânea do rock americano.

Bowie ficou maravilhado com a ideia e reuniu os produtores Tony Visconti e Brian Eno para criar “Low”, de 1976. Logo na primeira audição, o disco revela-se desesperado e claustrofóbico. Nele, o camaleão estava mais interessado no som como textura do que como música. “Produzir músicas com uma pegada noise me pareceu bem lógico”, disse na época à revista Rolling Stone.

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Ironicamente, a primeira parte da fase Berlim foi concebida nos estúdios do Château d’Hérouville, na França. Tony relembra que, durante as gravações, Eno instigava Bowie a sair de sua zona de conforto. O trio conseguiu convencer os músicos da banda, formados na escola improvisada do R&B, a reproduzirem a perfeição cirúrgica do rock alemão.

A influência de Eno foi ainda maior no lado B do disco que leva a ideia de fusão do rock com a eletrônica ao extremo. São quatro faixas instrumentais que exploram os sons espaciais criadas por sintetizadores. Destaque para “Warszawa”, pontuada com susssuros sombrios de Bowie.

Comparado com o som clínico do Kraftwerk, “Low” transborda emoção humana. Em uma entrevista de 1995, Bowie revela por que não se entregou totalmente à rigidez da música eletrônica alemã.

“A forma como o Kraftwerk abordava a música tinha, em si, pouco espaço em meu esquema de criação. Eles fizeram uma série de composições controladas e robóticas (…). Meu trabalho tendia a compor-se de obras expressionistas ligadas ao estado de ânimo, o protagonista (eu) entregando-se ao Zeitgeist, com pouco ou nenhum controle sobre sua vida. A música era, em sua maior parte, espontânea e criada no estúdio”.

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Se “Low” lidava com os tormentos de Bowie, sua continuação, “Heroes”, de 1977, é um filho legítimo de Berlim. Os títulos das 10 faixas prestam homenagem à cidade: da atmosfera esquizofrênica das ruas explicitada em “Blackout” ao clima deprimente do bairro de imigrantes turcos em “Neukoin”. Contribuiu o fato de o disco ter sido inteiramente gravado nos estúdios Hansa, um antigo salão de bailes da Gestapo próximo ao Muro de Berlim.

A vista privilegiada serviu de inspiração para a faixa-título. “Eu via dois amantes que se encontravam todos os dias no Muro e me perguntava, por que eles se encontravam justamente lá?”, revelou anos depois.

“Heroes” é mágica e se tornou um hino no vasto cancioneiro de Bowie. Ancorada nos timbres do sintetizador EMS Synthi, a faixa é embriagada de um romantismo melancólico e foi a precurssora do movimento New Romantics, que tomaria conta dos anos 1980 e influenciaria a sonoridade de mestres do synthpop como o Human League e Depeche Mode.

“Lodger”, o ultimo capítulo da trilogia, é menos badalado. Bowie começou a se desvencilhar das influências europeias e fez um disco mais convencional. Na debochada e irreverente “D.J.”, o cantor prevê o futuro do culto aos disc-jóqueis. No videoclipe ele destrói uma cabine de DJ enquanto canta de forma irônica: “I am a D.J., I am what I play”.

Apesar das inovações, a fase Berlim não impressionou nas vendas. No começo da década de 1980, o cantor retornou a Nova York, onde gravou “Scary Monsters (And Super Creeps)”, obra em que encontrou um balanço entre as experimentações e a música pop comercial.

Porém, o impacto destes três discos ajudou a configurar um novo espírito musical. Ao unir a frieza da música sintética alemã com o calor do rock’n’roll, Bowie iluminou um futuro eletrônico.

OMELHOR DE BERLIM

120 BPM selecionou 10 faixas essenciais para você apreciar a era Berlim de Bowie.

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Start https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2015/06/19/start/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2015/06/19/start/#respond Fri, 19 Jun 2015 23:14:32 +0000 https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/files/2015/06/IMG_6765-180x135.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=14 Meu primeiro contato com a música eletrônica ocorreu de uma forma… eletrônica. Em 1995, no auge dos videogames 16bit, foi lançado o jogo Donkey Kong Country 2, famoso pelos gráficos 3D –uma ousadia para a época. Eu tinha um Super Nintendo, mas não era o rabo de cavalo super modelado da Dixie Kong que me chamava a atenção.

Era a trilha sonora.

Por causa de toda a tecnologia empregada no visual do jogo, algo tinha que ser sacrificado para caber naqueles cartuchos de pouca memória. Como as limitações fazem as grandes ideias surgirem, aqui o compositor britânico David Wise brilhou. Com poucos canais de som, ele criou um universo rico em batidas repetitivas e melodias sintéticas para ambientar o frenético jogo.

Não demorei para descobrir que aqueles sons estranhos compunham um gênero que já tinha sua própria história. A música eletrônica, antes de chegar ao universo dos games, nascera com a cidade.

Seja nos seminais experimentos de John Cage, que na década de 1950 compunha sinfonias com sons extraídos das ruas; nos cenários das rodovias e ferrovias robóticas do Kraftwerk que nos conduziam às boates neons do Depeche Mode; ou ainda na música hipnótica e transcendental do Tangerine Dream, fonte de inspiração das raves e dos grandes festivais –a música eletrônica sacramentou a relação do homem moderno (tecnológico), ocupando e transformando seu espaço.

Assim, o objetivo deste blog é acompanhar essa cena mutante. Da vertente mais pop às experimentações do underground, você acompanhará o que acontece de mais empolgante no gênero.

O nome do blog faz referência ao número de batidas por minuto (bpm) usada em uma música: 120 bpm, portanto, significa uma batida a cada 0,5 segundo.

Espero que você, leitor, me acompanhe nesta jornada!

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