120 bpm https://120bpm.blogfolha.uol.com.br música eletrônica Wed, 06 Feb 2019 18:11:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em fase complicada, Ariana Grande faz sessão de terapia com álbum ‘Sweetener’ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2018/09/20/em-fase-complicada-ariana-grande-faz-sessao-de-terapia-com-album-sweetener/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2018/09/20/em-fase-complicada-ariana-grande-faz-sessao-de-terapia-com-album-sweetener/#respond Thu, 20 Sep 2018 19:23:22 +0000 https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/filus2109pg3-320x213.jpg https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=2484 Ariana Grande está reclusa. Em menos de dois anos, a cantora de 25 anos tem passado por uma onda sombria.

Em maio de 2017, 22 pessoas morreram na saída de seu show após um ataque terrorista, na Manchester Arena, na Inglaterra. Na semana passada, seu ex-namorado Mac Miller morreu após o que a princípio se acredita ter sido uma overdose. Ela anunciou que vai tirar um tempo com a família para se curar.

O atentado de 2017 influenciou diretamente o humor de “Sweetener”, seu quarto disco de estúdio. Curto e otimista, ele funciona quase como uma sessão de terapia —tanto para a popstar quanto para seus fãs. Ariana canta de forma mais serena e busca novos territórios musicais.

O produtor Pharrell Williams cuida do lado mais experimental. Enquanto “Blazed” aposta no retro-funk futurista, “R.E.M.” é uma elegante canção de amor. Já “Successful” é um sugarpop no qual a cantora ironiza (e parece lamentar) seu sucesso meteórico.

São faixas que rasgam a cartilha do pop com pontes e versos fora do lugar, sendo a voz suave de Ariana o único elemento que une os esparsos fragmentos melódicos.

Em contrapartida, as canções do sueco Max Martin miram nos charts. A batida garage-house de “No Tears Left to Cry” é acompanhada de uma mensagem de união e esperança. “God Is a Woman” é a contribuição de Ariana para o movimento MeToo, e a sublime “Breathin” é uma aula pop de como produzir um hit autoajuda.

“Sweetener” tem um ritmo mais devagar e sofisticado que os anteriores. É o “Bedtime Stories” (clássico da música para ouvir no sofá da Madonna) de Ariana. Em “The Light Is Coming”, ela repete como um mantra budista: “Uma luz está chegando para devolver tudo o que a escuridão tomou”. Namastê!

Sweetener
★★★
Artista: Ariana Grande. Gravadora: Universal/Republic Records.
R$ 29,90 (CD) e plataformas digitais

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No narcisista ‘Queen’, Nicki Minaj apura sua personagem com tretas e alfinetadas https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2018/08/20/no-narcisista-queen-nicki-minaj-apura-sua-personagem-com-tretas-e-alfinetadas/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2018/08/20/no-narcisista-queen-nicki-minaj-apura-sua-personagem-com-tretas-e-alfinetadas/#respond Mon, 20 Aug 2018 23:40:00 +0000 https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/download-4-1534364435-640x640-320x213.jpeg https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=2476

Longo (66 minutos) e narcisista, “Queen” é um disco-currículo de Nicki Minaj. Já nos primeiros minutos de “Ganja Burn”, ela esclarece: “Ao menos eu posso dizer que escrevi cada rap que eu cuspi/Coloquei sangue, suor e lágrimas para aperfeiçoar meu estilo”.

A alfinetada é compreensível. A rapper se depara com uma concorrente ao trono de rainha do hip-hop americano: Cardi B. No primeiro disco, a novata do Bronx emplacou como a primeira rapper feminina a alcançar o topo da hot 100, com o single “I Like It”. Minaj está em sua quarta tentativa. E disposta a provar que merece o topo também.

“Queen” não perde tempo com o pop eletrônico inocente (“Starships”, “Superbass”) dos discos anteriores. Agora, a cantora nascida em Trinidad e Tobago destila seu estilo rápido e raivoso em faixas repletas de provocações.

Em “Barbie Dreams”, ela ironiza “Just Playing (Dreams)”, clássico do The Notorious B.I.G. em que o rapper lista sua atração por diversas cantoras de R&B. Nicki usa o mesmo sample para gongar rappers famosos como Drake e Lil Wayne.

Na nerd “Chun Li”, ela se compara com a lutadora do game “Street Fighter”, dizendo que foi uma das primeiras rappers femininas a dominarem o mercado do rap (fato), mesmo com rivais tentando derrubá-la (boato).

As rimas contam com colaboradores de luxo: Ariana Grande usa seus floreios vocais na chatinha “Bed”. Eminem faz o papel de súdito em “Majesty”. Na paranoica “Thought I Knew You”, The Weeknd troca confidências com Nicki sobre seus relacionamentos conturbados.

Na semana passada, Safaree Samuels, ex-namorado da rapper, acusou-a no Twitter de tê-lo esfaqueado. Ela negou e ainda tuitou que ele roubou seu cartão de crédito.

Voltando ao disco, “Queen” é Nicki aprimorando sua personagem. Apesar das tretas e alfinetadas nas concorrentes, a rainha do hip-hop fala com a segurança de quem já conquistou seus súditos.

“O meu papel é criar músicas que façam as mulheres sentirem que podem vir de uma origem pobre, trabalhar com os maiores e ser agraciada como alguém que ajudou a mudar a cultura”, afirmou, em entrevista recente.

QUEEN

★★★
Artista: Nicki Minaj. Gravadora: Young Money/Cash Money Records. US$ 40 (LP duplo, R$ 158), US$ 15 (cassete, R$ 60) e US$ 14 (CD, R$ 55), em nickiminajqueen.com
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Novo disco de Kanye West tem menos pompa, porém atesta produção apurada e ouvido afiado do rapper https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2018/06/03/novo-disco-de-kanye-west-tem-menos-pompa-porem-atesta-producao-apurada-e-ouvido-afiado-do-rapper/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2018/06/03/novo-disco-de-kanye-west-tem-menos-pompa-porem-atesta-producao-apurada-e-ouvido-afiado-do-rapper/#respond Sun, 03 Jun 2018 23:32:45 +0000 https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/kanye-west-ye-album-cover-1527857034-compressed-1527864464-compressed-320x213.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=2394
Kanye West se apresenta no Pan Am Games (Foto: Matt Detrich/Reuters)

“Eu odeio ser bipolar. É incrível.”

O aviso de Kanye West na capa de “Ye”, oitavo disco de estúdio do rapper, sintetiza os sentimentos confusos dos seus fãs. É possível separar a mente por trás de álbuns geniais como “Graduation” (2007) e “Yeezus” (2013) do falastrão que disse ao site TMZ que a escravidão era uma “escolha”?

Os breves 24 minutos da obra não facilitam a resposta. Concebido após um desgaste mental do cantor, “Ye” abre com Kanye cantando sem remorsos “I Thought About Killing You”: “Os pensamentos mais belos são sempre os mais obscuros”.

Em “Yikes”, ele cita Michael Jackson e Prince, vítimas do uso compulsivo de drogas prescritas. “Eles tentaram me alertar sobre meus demônios”, conta.

Os versos inflamados são potencializados pela produção afiada de Mike Dean, Che Pop e Francis & The Lights (seus parceiros em “Yeezus” e “Life of Pablo”), que alinham o chororô de Kanye a beats sincopados e synths enérgicos.

A resiliência da mulher, Kim Kardashian, após a polêmica entrevista ao TMZ, é reconhecida em “Wouldn’t Leave”: “Minha esposa me ligou gritando ‘Vamos perder tudo’ / Eu disse que ela poderia me deixar, mas ela não me deixou”.

É quando o rapper abaixa a guarda e o disco entra em faixas que bebem da soul music e remetem a “808s & Heartbreak”, seu trabalho mais meloso.

E, mesmo remando contra a maré anti-Trump endossada pela maior parte de seus pares, o artista ainda conta com amigos.

As parcerias por vezes surgem de forma mais tradicional, como os rappers Ty Dolla e Valle rimando em “All Mine”, ou de modo inusitado, caso da voz de Nicki Minaj gravada numa secretária eletrônica em “Violent Crimes”, que encerra o disco. Curiosamente, nenhum deles aparece creditado.

Os ouvidos do Kanye-produtor continuam infalíveis. “No Mistakes” sampleia os beats de “Hey Young World”, track de 1988 do rapper britânico Slick Rick. Em “Ghost Town”, o convidado Kid Cudi empresta a melodia de “Take me for a Little While”, gema dos anos 1960 nas vozes de Dave Edmunds e Dusty Springfield.

“Ye” soa menos pomposo que “Life of Pablo” (2016) e “My Beautiful Dark Twisted Fantasy” (2010), mas é impossível ficar indiferente à sua produção impecável.

Você vai odiar este álbum. É incrível!

YE ★★★★
Preço
 R$ 30
Gravadora Getting Out Our Dreams II/Def Jam.

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Lançamentos: St. Vincent, Juliana R., Cut Copy e Mount Kimbie https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/10/19/lancamentos-st-vincent-juliana-r-cut-copy-e-mount-kimbie/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/10/19/lancamentos-st-vincent-juliana-r-cut-copy-e-mount-kimbie/#respond Thu, 19 Oct 2017 21:54:40 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=2308

ST. VINCENT – MASSEDUCTION
No seu 6º disco, St. Vincent esconde um monstro atrás de uma embalagem pop. São 13 faixas pegajosas e dançantes que fogem da auto-ajuda: segundo a americana nos tornamos carentes (“Hang on Me”), fúteis (“Los Ageless) e pessimistas (“Fear the Future”). Os riffs estranhos que extrai da guitarra aliados aos beats do produtor Jack Antonoff (Lorde, Taylor Swift) intensificam a sensação claustrofóbica. Na metade do disco, a belíssima “New York” ilumina a distopia colorida criada por Annie Clark.
AVALIAÇÃO muito bom ★★★★
OUÇA “Los Ageless”, “Pills” e “Sugarboy”

 

JULIANA R. – TAREFAS INTERMINÁVEIS
O primeiro disco de Juliana R flertava com o indie pop, mas em “Tarefas Intermináveis” quem domina a cena são os sintetizadores. As oito faixas produzidas por Paulo Beto são construídas sob batidas obscuras e fazem referência direta às cenas new wave e synthpop dos anos 1980. Na maior parte do disco, Juliana canta de forma glacial versos que remetem à poesia concreta (“Energia”, “Pa ra da”). Em “Estabelecimentos” ela quebra o gelo: “Você não vale nada!”, grita.
AVALIAÇÃO bom ★★★
OUÇA “Reunião Inútil”, “Estabelecimentos” e “Energia”

CUT COPY – HAIKU FROM ZERO
Em “Haiku from Zero”, os australianos abandonam a psicodelia de “Free Your Mind”. Se o disco de 2013 abraçava o “summer of love” e a cena house da década de 90, a nova empreitada mira na new-wave funkeada esculpida pelo Talking Heads. O cardápio dançante vai de synths com grooves tropicais (“Standing in the Middle of the Field”) a refrões afogados de eco (“Stars Last Me a Lifetime”). A festa termina com a calminha “Tied To The Weather”, flerte com a música eletrônica ambiente.
AVALIAÇÃO bom ★★★
OUÇA  “Black Rainbows”, “Airbone” e “No Fixed Destination”

 

MOUNT KIMBIE – LOVE WHATS SURVIVES
O duo formado por Dominic Marker e Kai Campos fez escola nos trilhos milimétricos do dubstep, mas em “Love What Survives” optaram pelo ritmo desenfreado do krautrock. O fio condutor está na belíssima “Blue Train Lines”, momento em que a dupla coloca uma linha de baixo borbulhante e guitarras com efeitos de pedais distorcidos e sintetizadores desenfreados a serviço das rimas guturais do rapper inglês King Krule.
AVALIAÇÃO muito bom ★★★★
OUÇA   “Four Years and One Day”, “Blue Train Lines” e “SP12 Beat”

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Pet Shop Boys faz show multicolorido e repleto de hits em São Paulo https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/09/20/pet-shop-boys-faz-show-multicolorido-e-repleto-de-hits-em-sao-paulo/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/09/20/pet-shop-boys-faz-show-multicolorido-e-repleto-de-hits-em-sao-paulo/#respond Wed, 20 Sep 2017 15:14:51 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=2271

Por duas horas, a espaçonave multicolorida do Pet Shop Boys despejou hits na pista quase lotada do Espaço das Américas na última terça (19). Livres da apresentação cronometrada do Rock in Rio, a dupla de synthpop formada por Neil Tennant e Chris Lowe nascida nos anos 1980, não economizou: tocaram “West End Girls”, “It’s a Sin”, “Se a Vida É”, “Opportunities”… foram 8 músicas a mais.

Na primeira meia hora, o duo priorizou canções de “Electric” e “Super”, os dois últimos (ótimos) discos produzidos por Stuart Price, mago inglês especialista em revigorar o som de titãs como Madonna e New Order.

É o caso do último single “The Pop Kids”, house nostálgico em que Tennant relembra com ironia os anos 90. “Nós éramos tão sofisticados, dizendo para todo mundo que o rock era superestimado”, ele canta sob batidas inebriantes.

Os novos arranjos são alinhados com um impressionante jogo de luz e cenografia sci-fi. Neil, sempre elegante, trocou diversas vezes de figurino, mantinha uma postura de cavaleiro inglês e se esforçava em falar palavras em português.

A lenta “Home and Dry” funcionou como uma bela pausa para respirar e apreciar os belíssimos timbres de sintetizadores criados por Christopher Lowe (ele emendou com uma jam instrumental enquanto Tennant trocava de roupa). Parecia abdução.

Neil retorna com uma jaqueta brilhante e grita: ”Vocês são garotos fabulosos”. É hora de uma versão pomposa de “Go West”, hino gay do Village People e cantado em plenos pulmões pela plateia. No bis, a techno-salsa de “Domino Dancing” e o cover açucarado de “Always On My Mind” consagram a noite.

Gay assumido e ativista da causa LBGTI (ele esteve envolvido no processo que levou o Governo Britânico a perdoar o cientista gay Alan Turing condenado por indecência no longínquo ano de 1952) , Tennant não fez nenhum comentário explicito sobre a polêmica liminar que permite que psicólogos possam tratar gays e lésbicas como doentes. Talvez porque o espetáculo dançante, celebratório e diverso criado pelo PSB seja autoexplicativo.

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Lançamentos: Goldfrapp, Depeche Mode e Arca https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/04/11/lancamentos-goldfrapp-depeche-mode-e-arca/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/04/11/lancamentos-goldfrapp-depeche-mode-e-arca/#respond Tue, 11 Apr 2017 12:06:48 +0000 https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/996a9f136a89964a83af8342f5375d62-180x126.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=2189

GOLDFRAPP – SILVER EYE
Depois de quatro anos de retiro musical, Alison e Will Goldfrapp voltam sintetizando suas inúmeras personas sonoras. A ótima “Anymore” mira na pista. Os synths em “Systemagic” são hipnóticos e a etérea “Moon in Your Mouth” é para quem prefere o Goldfrapp pastoral
AVALIAÇÃO muito bom ★★★★
OUÇA “Anymore”, “Silver Eye” e “Become the One”

DEPECHE MODE – SPIRIT
Em “Spirit”, os mestres ingleses do synth-pop recuperaram o espírito rebelde ausente no burocrático “Delta Machine”. Na ácida “Where’s the Revolution”, Dave Gahan canta desolado sobre a guinada conservadora na política. E a belíssima sinfonia sintética que encerra “Cover Me” mostra porque o trio está no Olimpo da eletrônica
AVALIAÇÃO bom ★★★
OUÇA “Cover Me” e “Eternal”

ARCA – ARCA
Encorajado por Björk, o produtor venezuelano Alejandro Ghersi usa sua voz pela primeira vez e improvisa letras em espanhol para criar texturas musicais dissonantes e soturnas
AVALIAÇÃO muito bom ★★★★
OUÇA “Piel” e “Saunter”

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Sob chuva, Warpaint faz show morno em SP https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/02/04/sob-chuva-warpaint-faz-show-morno-em-sp/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2017/02/04/sob-chuva-warpaint-faz-show-morno-em-sp/#respond Sat, 04 Feb 2017 11:48:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=2089 Warpaint-compressed
Stella Mozgawa (bateria e voz), Theresa Wayman (guitarra e voz),  Jenny Lee Linberg (baixo e voz) e Emily Kokal (guitarra e voz) formam o Warpaint (Foto: Divulgação).

De supetão, as garotas do Warpaint anunciaram dois shows a serem realizados no terraço do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. As apresentações (esgotadas) abrem a temporada do “Art of Heineken”, novo projeto da marca de cerveja que levará festas com shows ao MAC até março. O 120 BPM conferiu nesta última sexta (3) a primeira performance de Emily, Theresa, Jenny e Stella.

O quarteto subiu às 22h ao pequeno palco montado no terraço do MAC. A chuva moderada não impediu os fãs de correrem para o gargarejo. A primeira metade (morna) do show apostou em canções dos álbuns “The Fool” (2010) e “Warpaint” (2014). O single “Undertow”, segundo a banda uma homenagem a “Polly”, do Nirvana, esquentou os ânimos, mas foram as canções de “Heads Up” (2016) que arrancaram pulos dos fãs.

A animação acendeu um fogo na vocalista e guitarrista  Theresa Wayman, que desligou a postura blasé e se entregou à empolgação das dezenas de pessoas presentes. A capacidade de público do terraço do MAC é de 490 pessoas, mas o espaço não estava lotado.

“Tragam-nos de volta para um show em que mais pessoas possam vir!”, suplicou a guitarrista Emily Kokal antes do quarteto encerrar a noite com a trilogia dançante “Disco//Very”, “New Song” e “So Good”. Milagrosamente a chuva parou. O momento só perdeu para a regulagem morna do som que anulou a potência do baixo (à la Peter Hook) da musa Jenny Lee Linberg.

Às 23h45 elas saíram do palco e não voltaram para o bis.

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‘Estamos mais próximos do universo da arte contemporânea’, diz Chico Dub, curador do Novas Frequências https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2016/12/03/estamos-mais-proximos-do-universo-da-arte-contemporanea-diz-chico-dub-curador-do-novas-frequencias/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2016/12/03/estamos-mais-proximos-do-universo-da-arte-contemporanea-diz-chico-dub-curador-do-novas-frequencias/#respond Sat, 03 Dec 2016 13:28:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=2046 Chico Dub_crédito Coletivo Clap
O curador Chico Dub. (Foto Coletivo CLAP/Divulgação)

Começa neste sábado (3) a sexta edição do festival de música experimental Novas Frequências que ocupará a cidade do Rio de Janeiro com performances de 45 artistas de 15 países diferentes. A grande novidade deste ano é a parceria dos organizadores com o SHAPE, uma plataforma voltada para música, a arte sonora e a performance audiovisual fundada por festivais e centros culturais da Europa. Falamos com o curador Chico Dub.

O que difere esta edição das anteriores?
Na essência, estamos mantendo o mesmo formato descentralizado. Gosto da ideia de trabalhar com uma variedade de ambientes, lugares, moods e arquiteturas. Quanto mais espaços diferentes, maior a chance de experimentar novas linguagens e conceitos. Em 2016, as novidades dizem respeito a uma ocupação no Galpão Gamboa e quatro shows no Leão Etíope do Méier, que é o apelido de uma praça pública localizada no Méier, Zona Norte do Rio. 

XiuXiu_por-DanBleckley
Jamie Stewart , vocalista da banda californiana Xiu Xiu que se apresenta neste sábado (3), no Galpão Gamboa.

Como foi feita a curadoria do festival?
Temos este ano uma parceria com a plataforma europeia SHAPE [sigla para Sound Heterogenous Art and Performance In Europe] que é uma plataforma com financiamento do programa Creative Europe da União Europeia. O SHAPE é formado por 16 festivais e centros de arte da Europa e selecionamos 13 artistas deles para o Novas Frequências. Esse foi o ponto de partida da curadoria deste ano. No exato momento em que eu consegui viabilizar esses artistas, comecei a pensar no resto, nos complementos. Se de um lado eu tinha muita gente ligada à club music e arte sonora,de outro trouxe um pouco de improvisação, noise e rock. Também é importante falar sobre a rodada de negócios, algo que nunca havíamos feito antes. Estamos colocando diversos atores da cena brasileira – artistas, curadores, donos de selos, produtores, promotores… – em contato direto com curadores e diretores artísticos de festivais europeus membros da SHAPE.

Houve um cuidado em equilibrar nomes nacionais com estrangeiros?
Com certeza! A partir do ano passado isso virou nossa prioridade. Cada vez mais acredito que precisa ser meio a meio: 50% de artistas nacionais, 50% de artistas internacionais. Precisamos fomentar mais a cena local, oferecer oportunidades, projetos comissionados, experiências desafiadoras. Inclusive tentando ajudá-los a ampliarem seus horizontes artísticos e profissionais, colocando-os em contato com artistas e profissionais de outros países.

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Instalação sonora do artista Tunga criada para a edição do ano passado. (Foto Coletivo CLAP/Divulgação)

O que viabiliza um festival com as peculiaridades do Novas Frequências?
Patrocínios, parcerias e colaborações. Com 43 artistas de 13 países, instalações, projetos comissionados e uma ocupação, seria impossível fazer um evento que dependesse apenas de bilheteria. Estamos muito fora do mercado musical mais tradicional, nossos artistas são completamente desconhecidos do grande público. Por isso digo que somos muito mais próximos do universo da arte contemporânea do que da música como entretenimento. Experiências como as que a gente proporciona precisam de incentivo, são elas, em potencial, que mostram outras formas de arte, novas linguagens e propostas muito diferentes do lugar comum.

O Tomorrowland 2017 foi cancelado. Acredita que o conceito de grandes festivais continua sendo viável?
É inegável que num processo de crise, eventos com produções muito custosas tendem a sofrer mais dificuldade de realização. Mas espero que outros eventos similares em relação a tamanho não sofram cancelamento. De alguma forma, todos os realizadores de festivais sofrem quando isto acontece. Fazemos parte do mesmo ecossistema.

NOVAS FREQUÊNCIAS
QUANDO de 3 a 8 de dezembro
ONDE Galpão Gamboa, Audio Rebel, Leão Etíope do Méier, Fosfobox, Oi Futuro Ipanema (mais informações no site)
QUANTO de R$20 a R$40
CLASSIFICAÇÃO 18 anos

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Justice une experimentações com diversão pop em novo disco https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/justice-une-experimentacoes-com-diversao-pop-em-novo-disco/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/justice-une-experimentacoes-com-diversao-pop-em-novo-disco/#respond Thu, 17 Nov 2016 11:42:37 +0000 https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/files/2016/11/justice-announce-new-album-woman-release-radiant-single-randy-715x7151-180x180.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=1967 justiceCinco anos depois de flertarem com o rock progressivo no chatíssimo “Audio, Video, Disco”, os franceses do Justice encontram um equilíbrio entre o electro-funk dançante e as experimentações em “Woman”, seu terceiro disco de estúdio que será lançado nesta sexta (18).

O 120 BPM já ouviu o álbum e fez um faixa a faixa da nova extravagância de Gaspard Augé e Xavier Rosnay.

1. SAFE AND SOUND
O primeiro single que já ouvimos e amamos. Impossível enjoar dessa linha de baixo combinada com os corais infantis fantasmagóricos.

2. PLEASURE
“D.A.N.C.E.” pode tirar férias das pistas. “Pleasure” lembra o melhor momento do Zapp e todo aquele período dos anos 1980 quando o funk descobriu o sintetizador. O refrão é convidativo: “Use your imagination as a destination”.

3. ALAKAZAM!
E se o Cerrone fizesse uma jam-session com o Goblin?

4. FIRE
Ainda estamos dançando. Os vocais lembram Earth, Wind & Fire.

5. STOP
Os BPMs desaceleram. Slow-funk intimista. As crianças-fantasmas voltam nos vocais.

6. CHORUS
O disco começa a ficar estranho. A faixa tem ares de trilha sonora e poderia estar em um futuro filme do Nicolas Winding Refn.

7. RANDY
Outra já lançada. A melodia é irresistível e parece uma resposta para “Fragments of Time” do Daft Punk. Qual sua favorita?

8. HEAVY METAL
Parece a continuação de “Robot Rock” do… Daft Punk!

9. LOVE S.O.S.
Momento fofo “acendam seus bastões de LED e cante com a gente”.

10. CLOSE CALL
Jean-Michel Jarre é você? Belos blips e arpegios encerram o disco com uma atmosfera tranquila e otimista.

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A ilustração da capa é da designer Charlotte Delarue

 

CONCLUSÃO
Se em “Random Acess Memories”, o Daft Punk chamou seus pupilos para briga dizendo que a música eletrônica estava estagnada e sem emoção, o Justice revida extraindo somente de suas máquinas o que certos robôs alemães descobriram há muito tempo: diversão. O disco não contém mandamentos que vai dar novos rumos para a música eletrônica, mas sua ingenuidade pop é irresistível.

JUSTICE – WOMAN
AVALIAÇÃO:  
PREÇO: R$33, em média

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Air traz elegância nerd em show em São Paulo https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2016/11/16/air-traz-elegancia-nerd-em-show-em-sao-paulo/ https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/2016/11/16/air-traz-elegancia-nerd-em-show-em-sao-paulo/#respond Wed, 16 Nov 2016 13:38:31 +0000 https://120bpm.blogfolha.uol.com.br/files/2016/11/MG_7492-180x120.jpg http://120bpm.blogfolha.uol.com.br/?p=1952
Sao Paulo- SP- Brasil- 15/11/2016- Air @Popload Gig #45, na Audio Club. Foto: Oswaldo Corneti
Air se apresenta no Popload Gig.  Foto: Oswaldo Corneti/Divulgação
Com meia hora de atraso, o Air aterrissou no Audio Club na última terça (15) em SP. Vestidos de branco, os franceses Nicolas Godin e Jean Benoît subiram ao palco feito dois astronautas e abriram com “Venus” do disco Talkie Wakie (2004).

Para criar as texturas espaciais, Jean se revezava entre os vários sintetizadores analógicos e Godin alternava guitarras com violões elétricos. Nas canções agitadas era o baterista Louis Delorme da banda de apoio quem roubava a cena. Em  “Alpha Beta Gaga”, ele deu ritmo para a melodia assobiada por Godin e pelas 2.200 pessoas que quase lotaram o Audio Club.

“Cherry Blossom Girl” abriu a segunda metade da apresentação, focada em canções mais lentas. Hora de apreciar o elegante jogo de luzes do palco que alguns momentos lembrava os excessos coloridos de filmes sci-fi B dos anos 1970.

Sao Paulo- SP- Brasil- 15/11/2016- Air @Popload Gig #45, na Audio Club. Foto: Oswaldo Corneti
Nicolas Godin. Foto: Oswaldo Corneti/Divulgação
Foi quando Godin cantou lindamente “Remember” utilizando um vocoder (aquele filtro que imita a voz de um robô) e deixou a noite ainda mais nerd.

O repertório privilegiou o disco de estreia “Moon Safari” (o hit “All I Need” ficou de fora). “Kelly Watch the Stars” fez a pista ensaiar alguns pulos tímidos e “Sexy Boy” arrancou alguns gritinhos. Com “La Femme D’Argent” o Air arrebatou o público ao equilibrar sintetizadores, guitarra e bateria de forma hipnotizante, mas infelizmente a espaçonave havia chegado ao seu destino final.

AVALIAÇÃO – ★★★★

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