Noah Lennox compõe disco que parece Simon & Garfunkel sob efeito de ácido

Alex Kidd

À frente da tendência que norteará o pop em 2019, Noah Lennox se instalou em Lisboa para compor “Buoys”, o sexto disco do seu projeto Panda Bear.

A boa notícia é que o produtor americano não caiu na tentação ou clichê de misturar fado com música eletrônica.

Lennox fez de sua temporada uma antítese musical em relação a seus discos anteriores.

A angústia de “Panda Bear Meets the Grim Reaper” (2015) dá lugar a nove faixas que unem criativamente arranjos experimentais com uma atmosfera mais tranquila e relaxada.

Em “Dolphin”, ele reflete sobre a vida sob a perspectiva de um golfinho. Já “Inner Monologue”, parceira com o músico português Dino D’Santiago”, pode ser definida como musicoterapia dadaísta.

Parece Simon & Garfunkel sob efeito de ácido.

Buoys
***
Artista: Panda Bear. R$ 36 (CD importado) e plataformas digitais

 

Outer Peace – Toro y Moi  ***
Em meia hora, Chaz Bear suprime toda a chatice do seu disco anterior com novos grooves dançantes. Porém, as letras mostram que a recessão chegou para os hipsters. Nas frenéticas “Freelance” e “New House”, ele lamenta trocar as meias coloridas por chinelos ao mesmo tempo que deseja uma casa que não pode pagar.

Carpark Records. R$ 36 (CD importado) e plataformas digitais

 

Remind Me Tomorrow –  Sharon Van Etten *****
“Queria voltar a ter 17!”, esbraveja Sharon Van Etten, acompanhada de guitarras embriagadas de saudosismo. A atmosfera de sonho permeia todas as faixas do (excelente) álbum. A belíssima“Jupiter 8” é sobre um amor intergaláctico e “No One’s Easy to Love” seria, sem dúvidas, trilha de filme indie dos anos 1990.

Jagjaguwar. R$ 36, em média (CD importado)