Rhye se apresenta em São Paulo com clima de bailinho
Casais dançando agarradinhos. Outros se beijando. O clima no show do Rhye, no Beco 203, era de bailinho. O repertório ajudou. Baseado em “Woman”, disco de estreia da dupla, a mistura de R&B eletrônico com violinos potencializou os 25º registrados pelos termômetros da noite de ontem.
O vocalista Michael Milosh estava empenhado em criar o clima. Tenso com o som, frequentemente pedia silêncio à plateia. Em menos de meia hora de apresentação, ordenou que apagassem as luzes. O pedido foi atendido e ele agradeceu com uma belíssima versão de “Open”.
Com apenas um disco na praça, o duo apostou em sua banda de apoio para preencher as quase duas horas de show. Agitada, “Last Dance” teve solo de trompete. Robin Hannibal, pianista e outra metade da dupla, também teve seu momento na calminha “Verse”.
Em “The Fall”, a bateria eletrônica lembrava a lendária Roland TR-808. A faixa indiretamente paga tributo à “Sexual Healing”, clássico de Marvin Gaye e percursora em utilizar o instrumento na seara do R&B. O público estava empolgado. Uma fã relatou que os pedidos para que Milosh tirasse a camisa eram constantes.
O stress com o silêncio retornou na última música quando Milosh interrompeu o bis por causa do barulho que vinha do bar. A tensão durou alguns minutos: ele se arrependeu e voltou para o palco para terminar a canção.
No final do show, a impressão era de que as canções sofisticadas do Rhye atendiam às súplicas do vocalista e foram mesmo feitas para serem apreciadas em lugares mais intimistas.